Hoje, conversando com uma amiga, conversamos muito sobre estas frases prontas, ditas por anônimos e pelos nem tanto, e que cada um que se toca expõe nas redes sociais sem refletir muito sobre o assunto e sem expor opinião. E ainda ficam esperando que os outros “curtam”. Bem, já até escrevi sobre isso, mas hoje meio engasgada queria falar sobre a tal palavra ingrata que se chama “perdão” .
Chamo de ingrata pois todos ficam inflando o peito e falando dela e fico pensando se meu coração, meus sentimentos são diferentes dos outros seres humanos. O que temos lido e muitas vezes ouvido é que devemos esquecer, perdoar, deixar pra lá. Me sinto uma ogra pois não sinto isso assim tão fácil. E não consigo acreditar que as pessoas o façam com essa facilidade e desprendimento. As vezes quando conto alguma coisa e escuto esta resposta fico pensando que foi dito para que eu mude o assunto. Até desisto do desabafo. Sem condições de prosseguir. Perdão no meu entender é um ato consciente e verdadeiro vindo do fundo de sua alma, que se aplica aos que tendo lhe feito algum tipo de mal, se arrependem também consciente e verdadeiramente do fundo de sua alma e lhe vem pedir perdão. E então num acorde de emoções os dois lados se perdoam e recomeçam um novo relacionamento mais maduro e cauteloso, sem espinhos. Não é um ato unilateral. Perdão sem arrependimento e sem entendimento não existe. Sem isso o coração continua sofrendo, querendo encontrar uma razão, um conforto. Vejo muitos fazerem barbaridades e nem se tocam. Outros se tocam e não se arrependem. Outros ainda se arrependem e por vaidade ou petulância não pedem desculpas. E daí? Onde fica o perdão nesta estória? Acho que o que precisamos mesmo é fazer um exame de consciência diária para pensarmos mais em nossos atos e consequências e aprender a pedir desculpas ou o perdão. Quem sabe então esta palavra tantas vezes sem nexo comece a ser verdadeiramente e sabiamente usada.
Vovó Rita
Querida Amiga,
Concordo com vc em gênero e número.
É exatamente isto, e ninguém tem a coragem de admitir.
Muito bem escrito, muito bem colocado.
Parabéns
Beijos
Vera
Também concordo, dependendo das circunstâncias, não podemos banalizar esta palavra tão forte.