Chorando de verde e amarelo

Animados e felizes fomos para BH assistir o jogo do Brasil em mais uma Copa do Mundo. Tudo era alegria. Até o restaurante enfumaçado onde almoçamos estava valendo. Um oásis de alegria e esperança em todo este clima horrendo em que vivemos neste país. Mas vamos lá, torcer e sonhar. Muito nos divertimos em todo o percurso. Gente animada, feliz, cantando etc etc. E tudo organizado contrariando todas as projeções pessimistas dos brasileiros que vivem e fomentam desarmonia e tristezas.

Enfim, em poucos minutos de jogo a sensação de quem estava lá no Minerão, era que nosso time estava pequeno, desbaratado, sem comando e correndo pra todos os lados numa luta insana de fazer nem sabiam o quê. Essa foi a tristeza. Um jogo feio de envergonhar qualquer brasileiro que já viu outras seleções jogarem. “Vovó você não disse que nossa seleção era boa? Que tínhamos uma tradição em futebol e que poderíamos nos orgulhar?” Soube pelo facebook que meu netinho chorava copiosamente. E fiquei muito triste por ele.

Tenho a sensação que toda esta mídia 24 horas em torno do assunto, o sensacionalismo para obter ibope e a falta de uma alegria e orgulho coletivos, foi aos poucos nos enredando e nos consumindo, nos deixando meio cegos à uma realidade com tão pouca sustentação e solidez. Mais uma faceta neste Brasil que se mostra frágil e doente.

Duas coisas me deixaram sensibilizada em tudo isso. A força do povo que estava no estádio que se calava por alguns minutos e em seguida se levantava e começava a gritar tentando empurrar a seleção até o final do jogo. O aplauso ao final e o reconhecimento pela superioridade do oponente vencedor.  Isto prova que temos força para lutarmos por um país melhor em todos os aspectos e que reconhecemos nossas fraquezas. Que sabemos o que está certo, o que é um trabalho decente e o que serve pra nós. E enfim, que precisamos mudar tudo. E comecemos por nós.

E uma coisa me chamou atenção. Não vimos no outro dia, começando pelo café no hotel, nenhum alemão uniformizado. Nem no aeroporto. Discretos e educados não se mostravam superior nem ostentavam suas bandeiras. Falavam baixo e não nos encaravam. Respeito ao país que os acolheu tão bem? Respeito pela nossa dor? Acho que  temos muito em que pensar.

Vovó Rita 

Imagem retirada da matéria do Globo News  link http://g1.globo.com/globo-news/jornal-das-dez/videos/t/todos-os-videos/v/sonho-da-conquista-do-hexa-termina-em-belo-horizonte-com-derrota-por-goleada-para-alemanha/3485009/

1 comentário Adicione o seu

  1. Vera disse:

    querida amiga,
    infelizmente nao deu para nós,
    quem sabe a gente aprende e temos 4 anos para tentar melhorar e montar uma nova equipe, treinar e deixa-la apta para uma nova copa do mundo.
    gostei de ve-los na entrevista!
    fotografaram muito bem, apesar da tristeza.
    beijos
    Vera

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