Na vida de avós e netos, pelo menos no meu caso, em que os netos moram longe e nos vemos em visitas, ou lá ou cá, na cidade  ou não praia. Com mãe, sem mãe, com pai, sem pai, por 1 dia ou 2 dias, ou por muitos, como foi nossa primeira vez assim agora. Ufa…Mamãe foi viajar para fotografar, e vovô, tia Giulinha e eu ficamos com este serzinho pequenininho, chameguenta, feliz e as vezes meio teimosinha. Preparamos um quartinho para ela, com brinquedos antigos e um cafofo bem quentinho para estes dias frios. Uma TV só para ela ver os desenhos, cadeirinha, copos e pratinhos. Fiz picolé, biscoitinhos, bolos e muita comidinha gostosa e sadia. Mas, como diziam na escola, ela realmente é bem seletiva para comer e quando não se agrada é difícil fazê-la comer mesmo. Legumes, frutas e verduras nem pensar. Ela há alguns meses já começara a rejeitar. A gente começa pensando, sou vovó, vou fazer as vontades e paciência. Mas os dias passam e você começa a se preocupar….o intestino não funciona mais direitinho, muita mudança de ambiente (andamos viajando com ela…aiaiai) e tivemos que dar um basta nesta farra toda. Levamos a nossa Potoca num pediatra, tio Jair, um pediatra conhecido há muitos anos pela família, a quem temos total confiança. Tio Jair conversou conosco e com ela, explicou tudo direitinho e recomeçamos sem traumas mas com mais firmeza. Potoca começou a chupar menos o manamá ( o bico ), vovó começou a esconder os legumes nos caldos de feijão ou do ensopadinho, a deixá-la com bastante fome dando um espaço de pelo menos 3 horas, levá-la pra cama um pouco mais cedo ( mesmo que pra isso vovó tenha tido que ir pra cama com ela contar estorinhas e dormir junto ) e esta foi a parte boa. Delícia escutar sua vozinha dizer “Vovó Rita, eu te amo!” “Vovó Rita você é meu amor” … É uma sensação tão linda e assustadora. Sim, assustadora pois aquela coisinha linda e tão pequenininha confia em você, depende de você para sobreviver, precisa do seu carinho e atenção e ainda por cima lhe ama muito, te faz carinho, te olha com aqueles olhinhos … Nossa, como é bom!!! Valeu todo o cansaço físico que nosso corpo já despreparado encarou, as correrias atras dela para colocar roupa, pra fazer xixi, idas ao parque e a loucura de a soltar num shopping..

Foram 15 dias de aprendizado. Aprendemos a lidar com ela e lhe dar o conforto físico e emocional que precisava, e ela a nos conhecer melhor, saber de nosso amor incondicional e valorizar nossas comidinhas e nossos agrados. Saímos destes 15 mais fortes e unidas. E quantas saudades ela estava da mamãe, foram muitos abraços e beijinhos. Estava feliz, muito feliz. E nós ainda mais…