Loucura em Matchu Pitcchu – Por Potoca

Ufa…essa história foi perigosa, vovó disse que só fizeram o passeio porque não foram informados dos perigos.

Era para comemorar o aniversário do meu vovô Taxijo. Nossa família costuma viajar reunida pelo menos 1 vez por ano. É uma delícia. Lá se foram todos para Lima naquele ano.  No outro dia iriam para Matchu Pitcchu. Á noite chegou um bolo lindo com um creme amarelo por cima e com um espumante foram comemorar o início da viagem e já o aniversário. Não tinha faca no quarto e vovó ligou para a reception e pediu: “Precisamos una faca para cortar el buelo! Per favore” … Todos desataram a rir da vovó…dizem que a recepcionista está até hoje procurando una faca… Na hora de comer o bolo tia Zulinha quase colocou tudo para fora pois o tal creme brilhante amarelo era de fruta ovo (vovó adora mas titia nem tanto pelo jeito). Como é mesmo o nome dela? Isso…Lúcuma!!! Uma fruta andina macia e meio doce ótima para doces e sorvetes. Foi uma noite e tanto. No outro dia acordaram cedo e lá se foram para uma aventura. Pararam em Cusco, visitaram um pouco a cidade e seguiram para Águas Calientes. O hotel era bem legal perto da estação de trem da cidade. Já naquele dia tinham o passeio marcado. Foram até Matchu Pitcchu mas demoraram pouco por lá já que o outro dia seria dedicado a este maravilhoso e fascinante lugar. Esta tarde seria para chegar ao topo de Wayna Pitcchu para cantar a Encarnada (o hino de celebração da família do biso). Ninguém perguntou nada sobre a tal montanha que diz a vovó que só de olhar dava medo. Mas se o guia estava tranquilo era melhor seguir em frente e não criar caso. Gente, deem uma olhada em qualquer fotografia de Matchu Picchu e verão a tal Wayna atrás. Ela tem mais de 2700 metros acima de Machu Pitcchu.  Ao passar pela entrada do parque assinaram um livro com nome e endereço. Por que seria? Levaram mais de 2 horas para subir, com muito esforço. Em alguns trechos vovó disse que tinham a impressão que iriam despencar. Era muito íngreme e quase não tinha apoio para as mãos. Tudo rústico e perigoso demais. Diversas vezes tiveram que parar para retomar o fôlego e só continuaram até o fim porque um não queria decepcionar o outro. Em alguns pontos encontraram raros turistas descendo que ofereciam folhas para mastigarem. Não entendi direito esta parte que vovó falou não. Parece que estas folhinhas abririam os pulmões para respirarem melhor mas tiveram medo de usar. Minha dinda e vovô Taxijo passaram mal algumas vezes. Mas continuaram. Quando chegaram lá perto do céu, ficaram maravilhados com a vista. O topo tinha uma área pequena, sem proteção e vovó disse que até tinha medo de ficar em pé. Mesmo assim cantaram parabéns para vovô, cantaram a Encarnada  e se abraçaram muito repondo as energias.  Estavam todos bem felizes por terem conseguido mas um pouco aflitos com a volta.  Ficaram pouco tempo por lá pois já era tarde e estavam com tempo curto para a chegada antes do escurecer. Vovó teve calafrios até enquanto me contava. Muitos lugares eram tão perigosos que um passo em falso  cairiam no abismo. Cabos ou lugares para se segurarem eram poucos. Muitas vezes só conseguiam dar passos de costas. Vovó desconfiou que o nome e endereço  que deixaram na entrada era para comunicar o desaparecimento de quem ficava pelo caminho. Mas ninguém chorava ou reclamava. Passaram mal pedaços mas tudo  com bom humor e alegria. Se divertiram até o final. E realmente lá na saída o livro foi aberto e eles rubricaram o retorno ao lado do próprio nome. Foi um passeio e tanto e nunca mais em suas vidas vão esquecer momentos tão marcantes como este aniversário do vovô Taxijo. Tenho muito orgulho desta família aventureira e unida. Estou doida para ficar grande e participar destas aventuras com a minha vovó…

Potoca

8 comentários Adicione o seu

  1. Vó Lú disse:

    Ufa !!!!!
    Estava programando uma aventura em Machu Pitcchu com vovô Enio.
    Depois de ler a história do Potoca, acho que o “vovô Enio” não vai ter coragem!!!!!
    Bj da vó Lú

  2. Rita disse:

    Podem ir sim Vovó Lu. Leve Vovô Ênio! Aquele lugar é deslumbrante, misterioso e cheio de energia. Só não aceite subir na Wayna Pitcchu…lá é que mora o perigo!
    beijinhos
    Vovó Rita

  3. Gustavo disse:

    Da para fazer um livro desta viagem… Olha o astronalta, bluoooorrrrrrr!!!!!!! Não to vendo honey!… Ali oh! Bluoooooorrrrrrrrr!!!!!!

    1. Rita disse:

      ahahah … lembro!! seus foram 7 saquinhos. Cada um saiu com mais de um do aviãozinho…Vou dizer pra Potoca contar essa também!!

  4. Tarcisio "o vovô" disse:

    Foi surreal, comemorar 60 anos naquela montanha.
    Depois que descemos a montanha perigosa Wayna e chegamos em Matchu onde estão as ruinas famosas, ainda tínhamos que descer para Águas Calientes. Bem aqui foi fácil, pois é feita por micro ônibus. Na hora de sair, um menino de uns 10 anos deu tchau para os passageiros do ônibus, achamos engraçado mas não entendemos. Começamos a descer , muitas curvas, lá pelas tantas o menino aparecia e dava tchau!, surpresos, todos ! Como? este menino está aqui? Mais curvas e o ônibus descendo, mais surpresa, o menino novamente,como? Outro tchau e assim mais algumas vezes, o misterioso menino correndo ladeira abaixo, acompanhando o ônibus, quando chegamos, o onibus parou e o menino entrou , todo suado e esbaforido e pedindo um dinheirinho! Óbvio, foi aplaudido por todos e quase todos contribuiram, inclusive nós.
    Qual era o segredo do menino? Obviamente um preparo físico fora do comum mas ….. descobrimos, enquanto o ônibus fazia o zigue zague da estrada, o menino fazia um atalho no meio da mata.
    Impressionante a forma de ganhar algum dinheiro e divertir os turistas!……… Incrível.

  5. Vera disse:

    Bem,
    Machu Picchu realmente é fantástico e todas as montanhas são surreais! Incríveis, inacreditáveis, e perigosas também.
    Mas, vale muito apena! Para esta viagem precisa ter um espirito aventureiro!
    Vovó Rita, a folhinha que vc disse que eles mastigavam e te ofereceram é : folha de coca! Muito necessário para estabelecer a pressão a respiração e diminuir um pouco o cansaço! Assim como o chá de coca!
    Na próxima semana, quando eu voltar para o Perú, vou postar uma receita de cheesecake de lucuma que tenho, para que possam desfrutar de uma sobremesa feita com esta maravilhosa fruta tipicamente Peruana.
    Vera

  6. Renata disse:

    Realmente foi uma viagem incrível. Apesar de todo esforço físico e dos dias que passamos mancando de tanta dor nas pernas, demos boas risadas. Na verdade até hoje rende boas piadas das “pérolas” em Espanhol.

  7. Giulia - 23 anos disse:

    “Solo lechuga!!!…. Mas só veio alface?? Nao!!! Solo lechuga, pero las otras cosas tambien…!!!”

    “Caio, cade todo mundo?”
    ….
    “Engraçado, estavam aqui agora mesmo…”

    PONTOOOOO Motivo torpe é ponto duplo!!

    Bolo de fruta-ovo (galera, é tipo, gema de ovo cozido espalhada em cima da torta, numa camada beeeem expessa), me inclua fora dessa!!!

    E o guano? Lembram??? hahahaha

    Essa viagem foi demais mesmo!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *