Uma avó e neta em Nova York – Por Márcia Atik

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Tornar-se  avó, pode ser sinal de envelhecimento ,ah,.. se não envelhecer é porque morri; ser avó também é rejuvenescer ,desde que acompanhemos as novidades, nos atualizemos e saiamos da história de que no nosso tempo…….

Mas ser avó é principalmente parte de um projeto de eternidade desde que consigamos tatuar na memória de nossos netos, experiências, cumplicidade, e lembranças.

Partindo desse raciocínio resolvi que de agora em diante irei fazer viagens acompanhada de um neto de cada vez, projeto neto único, isso se faz necessário para quem já tem 7 deles.

Projeto iniciado esse ano quando levei a número um, não pela preferencia, mas pela ordem de nascimento para uma viagem, cujo destino a minha adolescente escolheu. Nova York.

Lá fomos nós, confesso que fui apreensiva, era a primeira vez que eu estaria sozinha nesse universo juvenil, sem a intercessão da mãe, que naturalmente faz uma ponte entre nossas épocas, mas mesmo assim fomos e voltei com uma urgência de dividir essa experiência que foi muito além do prazer de uma bela viagem, foi o encontro de duas mulheres intimamente ligadas por um grande amor e suas diferenças.

Estar com uma neta, no esplendor da relva é de certa forma resgatar a nossa adolescência e esse encontro comigo mesma me fez ser uma companheira de viagem tolerante, com um olhar deslumbrando pelo novo, abandonando o “dejá vu” que a idade e a experiência naturalmente nos dão.

Conflitos pequenos, tivemos sim, principalmente quando era para escolher um destino que eu valorizava mais que ela, como o Museu de História Natural, cuja visita fizemos e de lá saímos cúmplices de que poderíamos ter escolhido outro Museu, e essa cumplicidade que nos faz rever valores foi muito importante para mim e dia a dia eu me sentia mais revigorada, com energia, curiosa e viva.

Provavelmente a Vitória teria outros aspectos para salientar, alguns tantos para discordar de mim, mas na verdade esse texto é um libelo ao amor que essa experiência reaviva na avó, pela neta sem dúvida ,mas muito mais ainda pela vida que virá, o espetáculo de um futuro de redescobrimento e de muitas coisas a fazer e a conhecer.

No ano que vem com a Luana cujo destino será escolhido por ela, sem nenhuma intervenção pois o grande barato dessa história toda é justamente esse, ter a capacidade de mergulhar fundo no universo de nossas descendentes, e quanto mais fundo mais pérolas achamos ,assim como no mar.

Márcia Atik

Linda crônica Márcia! Deixar nossas marcas e colher pérolas são encantos de uma avó. Que a cada viagem teus netos te eternizem e que te revigores no amor!

Vovó Rita

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