Alimentando bem nossos filhos

Tenho ouvido falar muito “eles já estão bem alimentados” quando estou em alguma festa ou comemoração com as crianças. Mas o que percebo é que a maioria apenas comeu pra não estar mais com fome. E isso apenas significa que encheu a barriguinha. E na maioria das vezes, de coisas até saborosas mas ruins para a saúde. Comeram cachorro quente, salgadinhos, refri e outros pecadinhos mais. Quando se trata de apenas uma festinha esporádica até fechamos os olhos, tudo bem. Afinal fica desagradável levar sua própria comida pra festa, e as crianças, como nós, tem que comer o que tem. Mas, conversando um pouco mais com as mães, fico muitas vezes chateada por tanta desinformação ou preconceitos no que se refere a fazer a comida das crianças. Ouço “dá muito trabalho”, “não tenho tempo”, “tem muitas opções no supermercado”, “compro tudo no fim de semana e a babá se vira” etc etc. Até neste último quando pergunto se supervisiona o que a babá faz ouço que “não, não tenho tempo, mas sei que ela faz”. E fazer só não é o suficiente. Tem que oferecer, insistir durante dias e até “esconder” no meio do feijão ou ensopadinho algum legume tão precioso. E só com o tempo, educação e persistência conseguimos bons resultados no que se refere a comer de tudo, pelo menos um pouco.

Minha neta Isabela não comia legumes de jeito nenhum. E seu intestino é bem trancado óbvio. E eu, durante meses fiz muitas tentativas enquanto até escondia muita coisa. Escondia mas avisava em tom de brincadeira e dizia pra ela: ” vovó escondeu cenourinha e vagem nesta comidinha. Duvido você achar !!” Ela achava que eu estava mentindo e ia comendo rindo. Com o passar do tempo até via alguma coisinha e me olhava desconfiada. E eu dizia “abre a boquinha, o pedaço tá muito pequeninho. Caiu quando a vovó estava fazendo o pratinho”. E ela comia. Com o tempo fui aumentando os pedacinhos. E semana passada ela me disse ” Vovó! Você não escondeu direito!” Eu dei uma ajeitada e ela continuou comendo. Hoje já não escondo tanto, mas respeito o “não gosto” que ela de vez em quando ainda me diz. Mas não faz mais carinha feia e come tudo. E diz faceira pra mãe “comi legumes com a vovó!” .

Ainda temos um caminho pela frente com ela. Precisa comer assim não só na minha casa que são poucas vezes por semana. Precisa que a escola entenda, já que se propõe a alimentar as crianças, que há jeito de fazê-los comer e dar continuidade ao que fazemos em casa. E assim virar um hábito. E assim com as babás, domésticas, etc etc.

Para as mamães que ficam em casa ou dispõem de cozinheira a coisa é ainda mais fácil. Para os que dominam a cozinha e seus segredinhos, ótimo. Basta se comprometer com a alimentação nesta fase. Até os 3, 4 anos é praticamente obrigatório seguir todas as orientações dos pediatras e nutricionistas. É a fase do desenvolvimento do paladar e dos hábitos saudáveis para um crescimento adequado da criança. E depois seguir uma rotina baseada nestes conceitos é primordial. Eles agradecerão vocês pelo  resto da vida.  E para os que ainda não dominam mas são responsáveis, os livros Socorro Vovó, escritos por mim com revisão da  nutricionista Myriam Milano,  dão muitas dicas básicas e fáceis de como escolher ingredientes, como preparar e até como armazenar corretamente e poder servir em outras ocasiões. Com muitas receitinhas fáceis e nutritivas, basta fazer o cardápio semanal, fazer as compras e oferecer uma alimentação bem mais saudável para estes nossos amores.

Portanto, nada de desculpas mamães, papais e vovós! E afinal vocês se propuseram a colocar no mundo estes seres maravilhosos. Agora o jeito é cuidar deles por dentro e por fora, até que possam eles mesmos fazerem suas escolhas. Fazendo bem sua parte, eles saberão o que fazer mais tarde com muito mais propriedade e sabedoria.

Um beijo com carinho

Vovó Rita

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