Vovó em apuros na Suiça – Por Potoca

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Era 3 de janeiro de 2008 quando vovó embarcou para a Suiça para se especializar em confeitaria européia e chocolaterie. Vovó tinha acabado de fazer o curso de Gastronomia  e havia um convênio com uma escola perto de Luzern. A Suiça sempre foi um país que encantou a vovó e ela estava toda animada para passar 3 meses lá para passear por todos os lugares além de estudar é claro. A cidadezinha fica encrustada na montanha no lago de Luzern. Uma paisagem que vovó diz que é difícil descrever de táo linda! Vovó fica até com lágrima nos olhos quando lembra de suas caminhadas ao redor do lago com as montanhas nevadas de fundo. Fazia esta caminhada todos os dias a tarde com uma amiga depois de ir para a aula e estudar.  Vovó viajou muito também. Todas as sextas feiras ela e sua amiga pegavam um trem e iam conhecer outras cidades para pesquisar sobre confeitaria e conhecer outros horizontes. Foram 3 meses muito proveitosos neste sentido. Porém vovó sofreu muito neste período por causa da tal escola. O prédio principal da escola era até razoável. Mas o anexo onde a vovó estudava e tinha seu quarto era muito descuidado, com cortinas rasgadas, banheiro encardido, aquecimento que não funcionava e cobertor “tomara que amanheça”. Vovó passou muito frio as 2 primeiras noites e foi salva pela moça portuguesa da lavanderia que lhe emprestou um cobertor até que vovó pudesse comprar um. O travesseiro era tão ruim que ela fazia um rolinho para ficar mais alto e poder dormir. A disciplina era rigorosa, o estudo aquém do que esperava e o atendimento era grosseiro. Vovó começou a ficar inquieta e com pena dos alunos do “terceiro mundo”que lá estudavam. Escreveu uma carta para a coordenação de sua escola,  para que tomassem conhecimento e tomassem alguma providência. Mas nada foi feito e pior. A partir do momento em que vovó reclamou na secretaria, ela foi perseguida e dissimuladamente mal tratada. Fizeram de tudo para que ela fosse embora, desistisse. Chorou todas as noites até dormir por todos os dias que se seguiram mas não desistiu. Estudou com afinco para que não tivessem motivo para não lhe darem o diploma e seguiu em frente bravamente até o final. Vovó não se conforma com o tratamento que lhe dispensaram. Nesta escola não estudava nenhum europeu. Americanos? Alguns poucos e que apoiaram a vovó todo o tempo mas na surdina. Os demais eram indianos, koreanos, chineses, tailandeses etc etc, todos jovens ……. Vovó tem muitas fotos e muitos relatos mas a única coisa que ela quer é que as mamães investiguem bem quando mandam seus filhos para estudarem no exterior. Não acreditem muito em convênio, vejam se a escola é idônea, conhecida, se trata bem seus estudantes e quem são eles…..Procurem comparar o programa com o que já tiveram…Vovó pagou 100% de um curso caríssimo e adicionou menos de 10% em conhecimento no seu currículum. E o que acrescentou pouco serve no Brasil. Vovó acha que nós brasileiros valorizamos pouco o que temos e acreditamos muito no que vem de fora. Nos falta pesquisar e escolher realmente o que presta, pesar os prós e os contras, fazer boas escolhas para crescermos com segurança e de verdade. Mamães e Vovós!! Fiquem de olho, escolham bem…Esta época é a época em que muitos se encontram nesta fase de pesquisa. Pensem em tudo e não corram riscos. Façam valer cada centavo de investimento. E boa sorte!!

Potoca meio assustada

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